Recentemente escrevi um post no Facebook (https://www.facebook.com/Pr.Nill) sobre o contraste entre os evangélicos não praticantes e os missionários que estão literalmente dando suas vidas por amor ao Senhor.
O post recebeu muitos comentários, alguns bons e pertinentes, outros, nem tanto. Por exemplo, uma pessoa escreveu mais ou menos assim: "Bem, se eles sabem que vão morrer, por que então viajam para pregar naquele lugar? Afinal, a Bíblia nos ensina a não tentar o Senhor nosso Deus!", citando Mateus 4:7.
Contudo, com o devido respeito, houve um erro de interpretação do autor daquele comentário. Gostaria de comentar algumas lições que Deus trouxe ao meu coração a partir desse equívoco de interpretação. Vamos lá:
Primeira lição: não tire o texto do contexto
Como se sabe, se tirarmos um texto bíblico do seu contexto, ele será um pretexto para qualquer afirmação.
No caso, não tratávamos de exibicionismo espiritual. Não se tratava de se colocar em uma situação de perigo desnecessário apenas para provar que Deus tem poder.
Não, estávamos tratando do chamado missionário e do testemunho cristão. Então, para um comentário pertinente, seria necessário buscar na Bíblia um texto que pudesse trazer uma lição mais direta sobre o assunto. Que tal pensarmos em um texto que traz um relato de um missionário (para mim, o maior missionário que a Igreja já teve dentre os homens) que foi colocado em uma situação extrema, na qual teve que decidir se continuaria a cumprir sua missão ou simplesmente retrocederia para salvar sua vida? Eu me refiro ao texto de Atos 21:10-13:
Depois de passarmos ali vários dias, desceu da Judéia um profeta chamado Ágabo.Vindo ao nosso encontro, tomou o cinto de Paulo e, amarrando as suas próprias mãos e pés, disse: "Assim diz o Espírito Santo: ‘Desta maneira os judeus amarrarão o dono deste cinto em Jerusalém e o entregarão aos gentios’ ".Quando ouvimos isso, nós e o povo dali rogamos a Paulo que não subisse para Jerusalém.Então Paulo respondeu: "Por que vocês estão chorando e partindo o meu coração? Estou pronto não apenas para ser amarrado, mas também para morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus".
Atos 21:10-13
Segunda lição: a perseguição faz parte do chamado missionário
Perceba que o profeta Ágabo profetizou que Paulo seria preso se fosse pregar em Jerusalém. E o que Paulo fez? Ele foi mesmo assim.
Paulo tentou ao Senhor? Evidentemente que não.
Ele sabia que a perseguição também faz parte do chamado missionário. Na verdade, não apenas do chamado missionário, mas da própria vida cristã:
E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições.
2 Timóteo 3:12
Logo, não é novidade alguma ser perseguido por amor ao Senhor Jesus. Os missionários sabem disso. Mas, aí vem a terceira lição: como Paulo foi capaz de enfrentar essa situação e não voltar atrás?
Terceira lição: quando se tem certeza do chamado, não há porque retroceder
Paulo, mesmo ciente do sofrimento e perseguição que o esperava, não retrocedeu. Por quê? Porque tinha plena certeza do seu chamado.
Quando temos certeza de que estamos fazendo exatamente o que Deus deseja, quando sabemos que o Senhor nos direciona para determinado lugar porque é Seu desejo que Seu nome seja glorificado por meio de nossas vidas nas situações que enfrentaremos, acredite, o Espírito de Deus nos fortalecerá e nos dará a coragem necessária para seguirmos em frente. É por isso que os missionários cristãos estão pregando em ambientes tão hostis.
Mas, atenção! É necessário ter realmente a certeza de estar na direção certa. Em caso de dúvida, pare. Ore. Não saia do lugar enquanto não ouvir a voz do Senhor. Isso vale para qualquer cristão.
Porque, uma vez que Deus confirme o caminho a seguir, espero que eu e você possamos dizer como Paulo:
"Por que vocês estão chorando e partindo o meu coração? Estou pronto não apenas para ser amarrado, mas também para morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus".
Atos 21:13
Em Cristo,
Pr. Nill.