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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Sangue clamando por justiça


Por favor, separem alguns minutos e leiam a reportagem abaixo, publicada pelo jornal "A Gazeta do Povo", disponível no seguinte endereço eletrônico: http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=1217827&tit=Assassinaram-o-mestre-de-obras

Trata-se de uma das diversas histórias ambientadas no Estado do Paraná que precisam ser contadas. E me fez lembrar dos seguintes trechos das Escrituras Sagradas:

10 Então Deus disse:
— Por que você fez isso? Da terra, o sangue do seu irmão está gritando, pedindo vingança. (Gn 4:10)
  E também:
19 Meus queridos irmãos, nunca se vinguem de ninguém; pelo contrário, deixem que seja Deus quem dê o castigo. Pois as Escrituras Sagradas dizem:
          “Eu me vingarei,
          eu acertarei contas com eles, diz o Senhor.”
20 Mas façam como dizem as Escrituras:
          “Se o seu inimigo estiver com fome, dê comida a ele;
          se estiver com sede, dê água.
          Porque assim você o fará queimar de remorso e vergonha.”
21 Não deixem que o mal vença vocês, mas vençam o mal com o bem. (Rm 12:19-21)

Leia o texto abaixo e pense a respeito.

Paz!

Pr. Nill.

 

Assassinaram o mestre-de-obras

 

A série que conta a história da Catedral de Curitiba fala hoje sobre o alemão Heinrich Henning, morto “a pedido” do presidente da província, Vicente Machado
Publicado em 29/01/2012 | Pollianna Milan, com infografia de Leandro Luiz dos Santos e ilustrações de Felipe Mayerle

Além de ter tido muitos projetos e arquitetos responsáveis por sua edificação, a Catedral de Curitiba contou com diversos mestres-de-obras. Um deles, o alemão Heinrich Henning, é certamente o mais emblemático desta história. Ele assumiu as obras em 1886 (era funcionário da estrada de ferro), quando a Catedral já estava com uma parte construída.
O alemão luterano era conhecido por ser severo, mas bastante companheiro de seus colegas de trabalho – assim o descreve Cid Destefani no livro A Cruz do Alemão. Por ser um homem duro, teve diversos problemas: certa vez se desentendeu com o engenheiro Giovani Lazzarini. Este último reclamava de trabalhar com o alemão porque Henning não sabia “dar o respeito”. As brigas desencadeadas entre os dois chegaram a ser publicadas em jornal – na época, a “Gazeta Paranaense”.
Lazzarini chegou a contestar um pedido de dívida feita por Henning no jornal, dizendo que o luterano não tinha se comportado “com o devido respeito a seu superior” e afirmou que “nada lhe dava porque nada lhe devia.” O texto foi publicado em 1888, dois anos antes de Henning pedir a conta e abandonar o trabalho de mestre-de-obras da catedral, em 1890.
A decisão de largar o trabalho ocorreu depois que Henning discutiu com o padre Alberto Gon­çalves, que queria ampliar a sacristia, já praticamente pronta. O pároco acusou Henning de ter transformado a igreja num templo luterano e Henning retrucou dizendo que o projeto não era dele e que apenas havia executado o que deveria ser feito. Neste dia, o mestre-de-obras foi embora. A Catedral foi entregue por Henning quase pronta: faltavam apenas alguns detalhes internos.
No momento da inauguração, em 1893, o padre Alberto decidiu colocar no pilar do lado direito de quem entra na Catedral uma placa com o nome dos que participaram da construção. Não deu outra. O nome de Henning não constava na placa e a justificativa era a de que só foram homenageados os que fizeram parte da última comissão de obras. Na verdade, diz-se que todos os homens que trabalharam na igreja e defenderam o projeto de estilo gótico foram omitidos. O genro de Henning, indignado e em um momento de fúria, desferiu 15 marteladas na placa alocada na catedral – as marcas do ato estão lá até hoje. 
 

O trágico fim de Henning

29/01/2012 | 00:02
Depois de deixar as obras da catedral, Heinrich Henning adquiriu uma propriedade na área do Assunguy, próximo a Cerro Azul. Em 1893, mesmo ano em que a catedral foi inaugurada, eclodiu no país a Revolução Federalista, movimento que visava tirar Marechal Floriano da presidência. No fim do ano, tropas federalistas, vindas do Rio Grande do Sul, se aproximaram do Paraná. Vicente Machado, então presidente da província, apoiou o Marechal; cidades do Sul e do Litoral estavam dominadas pelos rebeldes. Em 1894, acoado, Vicente decidiu transferir o governo para a cidade de Castro e seguiu em comitiva pela estrada do Assunguy, assim como o padre Alberto Gonçalves (da matriz), que também estava na comitiva.
* * * * * *
Vicente Machado, ao saber o que Henning fizera, decidiu encomendar a morte do ex mestre-de-obras. Na região do Assungy, em Cerro Azul, vivia o Coronel Hermógenes de Araújo, amigo de Vicente, que contrata o matador Diamiro Furquim, salientando ao pistoleiro que trouxesse uma prova do serviço.
* * * * *
Diamiro Furquim foi à propriedade de Henning e disse trazer uma intimação do governo da província para esclarecer a posse de um fuzil. Por esse motivo, o alemão teria de acompanhá-lo a Curitiba. Heinrich acabou indo com o desconhecido e no caminho foi morto com um tiro e, em seguida, decapitado.
* * * * *
Na casa de Hermógenes, Vicente estava de visita. A cabeça foi entregue a Hermógenes como prova da tarefa cumprida. Conta-se que Vicente, ao vê-la, se aterrorizou e disse que ao pedir a cabeça do alemão esperava que fizessem algo discreto. Somente no ano seguinte, os Henning encontraram os restos do exímio mestre-de-obras. A cabeça, desaparecida, estaria enterrada no

Um comentário:

  1. É nossa tendência natural querer vingança, e ao nosso modo. Mas quando esperamos Deus trabalhar em nosso favor, além de obedecermos ao Senhor vemos que, ao final de tudo, adquirimos domínio próprio.

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